Algés
Construção da Avª do Restelo
Zona po Porto de Lisboa
Hospital Stª Maria
Cais de Alcantara
Até 1907 o desembarque de passageiros era
feito ao largo no rio Tejo por impossibilidade dos navios de maior porte
atracarem nos cais existentes. Só após 1907 após sucessivas dragagens a oeste do
cais de Alcântara é que passou a ser possível navios da companhia "Messageries
Maritimes", e a partir de 1918 navios transatlânticos de maior porte, como os da
"Mala Real Holandesa". Em 1927 tornou-se obrigatória a atracação de todos os
navios de passageiros. Ao cais de Alcântara e ao molhe oeste do cais de Santos
ficam destinadas as companhias de navegação estrangeiras. Aos cais da Fundição,
Terreiro do Trigo e molhe leste do cais de Santos ficaram destinados as
companhias com destino a África e Ilhas Adjacentes.
A "Gare Marítima de Alcântara", mandada edificar pelo Ministro das Obras
Públicas e Comunicações engenheiro Duarte Pacheco foi projectada entre 1934 e
1936 pelo arquitecto Porfírio Pardal Monteiro (1897-1957) e inaugurada a 7 de
Julho de 1943 . Na posse de um esquema com as necessidades específicas de uma
gare e colhendo exemplos em estações marítimas de recente construção de Verdun,
Cherburg e Havre em França e as de Génova e Trieste em Itália, Pardal Monteiro
distribuiu o projecto da Gare de Alcântara por dois pisos.Os projectos da Gare Marítimas da Alcântara e da Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos foi um processo moroso e de apresentação cuidada, que se traduziu em 28 volumes com cerca de 7 mil páginas e 200 desenhos. Pardal Monteiro ficou encarregue do projecto arquitectónico, Rodrigues de Carvalho ocupou-se das coberturas e torre semafórica, Eduardo Arantes e Oliveira e Francisco de Melo e Castro do estudo das partes restantes. Henrique Leote Tavares ficou encarregue dos estudos de betão armado e João Paulo de Nazareth Oliveira encarregue do estudo das disposições de armadura de todos os elementos projectados e finalmente Edmundo Martins superintenderia os estudos das instalações.
No topo oeste do edifício foi projectada uma torre semáforo de forma a indicar aos navios não só o local de atracação como a altura da maré. A par da sua utilidade, a torre permitiria ainda o desfruto do «magnífico panorama do Tejo». Inicialmente a Gare foi projectada de modo a que a sua cobertura fosse construída num sistema de terraços que permitiria à população de Lisboa «uma extensa esplanada sobre Lisboa» .
O primeiro andar ficaria reservado aos serviços de alfândega e aos serviços de passageiros de 1ª classe e 2ª classe distintos por norma regulamentar dos passageiros de 3ª classe, enquanto que o piso térreo corresponderia a serviços gerais da gare marítima. Os passageiros de embarque teriam acesso à gare pelo vestíbulo inferior, equipado com todos os serviços inerentes à assistência da viagem como: agências das companhias de navegação; serviços de bagagens; serviço de bilheteira «de gare» para os acompanhantes dos viajantes.
Os passageiros subiriam depois ao andar superior por «escada ampla e largamente iluminada» ou, em alternativa, pelo elevador, tendo assim ao grande hall de embarque. Neste segundo piso existiriam também os mais diversos serviços de apoio e assistência, como agências de turismo, tabacarias, câmbios, correios e telégrafos, e telefones. O hall teria três portas voltadas a sul que davam acesso a uma galeria e desta, através de uma passarelle montada sobre grua móvel os passageiros teriam acesso directo ao barco de destino. Este seria o trajecto dos passageiros das 1ª e 2ª classes enquanto os da 3ª classe e emigrantes, realizando o mesmo trajecto, teriam contudo acessos que lhes eram estritamente reservados.
O projecto comtemplava também uma galeria colocada à altura do primeiro piso, com a largura de 11 metros e numa extensão de 1 quilómetro, que uniria a "Gare Marítima de Alcântara" à "Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos". Deste modo conseguir-se-ia «uma grande estação constituída por dois postos de embarque e desembarque».
Para passageiros de desembarque, e por diferença das formalidades, depois de atracado o barco seria aberta a galeria e, uma vez mais através de passarelles se fariam sair os passageiros encaminhando-os até aos serviços de alfândega. Daí os passageiros transitariam para o hall, podendo usufruir de todos os serviços ao dispor e poderiam ainda recorrer ao balcão de venda de «souvenirs».
Estes projectos (o outro dizia respeito à "Gare Marítima da Rocha de Conde de Óbidos") apesar de encomendados em 1934 só seriam finalizados em 1936. Estes projectos ficariam «na gaveta» até Março de 1938 altura em que o Presidente do Conselho Dr. Oliveira Salazar, traçaria como linha prioritária a construção de pelo menos uma gare a estar concluída para as celebrações do duplo centenário em 1940.
A "Gare Marítima de Alcântara" não estaria concluída a tempo das celebrações centenárias, apenas sendo inaugurada a 7 de Julho de 1943 e "Gare Marítima da Rocha de Conde de Óbidos" só a 19 de Junho de 1948. A galeria de ligação entre as duas gares, inicialmente projectada, assim como as passarelles para embarque de passageiros, uma torre semaforo , e a cobertura da Gare em terraço com «esplanada sobre o Tejo», não chegaram a efetivar-se. Para todas as alterações foi invocada a mesma razão: contenção orçamental.
Apesar de em 1946 se ter tentado inviabilizar o orçamento de 500 contos (2.500€ x coef. de actualização 79,02= 197.550 € actualmente) que José Almada Negreiros apresentara, a sala de espera dos passageiros foi enriquecida com pinturas deste pintor. Estas pinturas vêm no seguimento de outras no edfício do jornal “Diário de Notícias” também projectado por Pardal Monteiro, e que se prolongariam ao edifício da "Gare Marítima da Rocha de Conde de Óbidos".
Nota: Acerca da Gare Marítima da Rocha do Conde d'Óbidos consultar comentário em foto na página anterior neste bloco alusivo ao Porto de Lisboa.
Palacio de Justiça
Em 1904, na Av. Fontes Pereira de Melo, em Lisboa, foi construído um
palacete, mandado erigir por José Joaquim da Silva Graça, proprietário e
director do jornal “O Século”, para sua habitação particular, tendo sido
desenhado pelo arquitecto Miguel Ventura Terra.
Fornecedores de bens e serviços para este palacete: Construção: Construtora do Porto ; Aquecimento: Casa Geneste & Herscher de Paris ; Cantarias: Pardal Monteiro ; Estuques e pinturas: Cruz & Franco ; Ferragens: Casa Gamier de Paris ; Instalações eléctricas e telefónicas: Casas Hermann e Júlio Gomes Ferreira &Cª ; Persianas: Casa Jaquemet Mesnet & Cie de Paris ; Serralharia: Jacob Lopes da Silva.
Em 1919, José Rugeroni, genro do proprietário, adquiriu o palacete. Em 1931, decidiu converter o palacete, com o jardim e respectivos anexos, num hotel de luxo, radicalmente transformado, segundo orientação do seu proprietário, com a colaboração do arquitecto Vasco Regaleira e inaugurado, em 24 de Outubro de 1933, com a designação de “Aviz Hotel”.
Este lendário “Aviz Hotel” granjeou a reputação de possuir a melhor cozinha e um luxuoso serviço, era um dos lugares eleitos pela nata da sociedade daqueles tempos para as festas de ocasião e reuniões de negócios. Símbolo da Lisboa romântica dos anos 40, o Aviz acolheu réis, actores de cinema, grandes escritores e espiões que não dispensavam o conforto e as mordomias de um dos mais requintados hotéis de Lisboa e arredores, dando origem a muitas histórias românticas que permanecem no imaginário colectivo. Personalidades que celebrizaram o “Aviz Hotel” como Calouste Gulbenkian, que fez dele sua residência nos últimos anos de vida, ou ainda, Amália Rodrigues, Marcello Mastroianni, Frank Sinatra, Ava Gardner, Eva Perón e Maria Callas.
O hotel tinha um hall vistoso, um salão renascença, no qual se vê, à direita, um fogão, tipo lareira portuguesa, com ricas colunas de madeira lavrada, peça que adveio da Vila de Santo António, à Junqueira, que pertenceu aos Burnay; sobre ele, colocou-se um brasão da Casa de Avis. Do lado oposto, vê-se um belo armário renascença, exemplar seiscentista, que estava no Convento das Trinas; e são de realçar, ao fundo, a formosa porta monumental e a balaustrada de ferrageria portuguesa antiga, peça que pertenceu à capela do Convento de Sacavém, naturalmente, todas elas restauradas. As sobreportas ostentam as armas e as divisas dos infantes da Ínclita Geração.
A sala de leitura, com mobiliário de estilo alentejano, o bar, no qual se notam baixos-relevos históricos de Diogo de Macedo e o sentido original no mobiliário, com os terraços decorados com azulejos do tipo hispano-árabe, definem já o carácter e a fisionomia do hotel.
As dependências e quartos, no primeiro pavimento, designam-se por «suites», que tomaram os nomes dos reis e príncipes da Casa de Avis: D. João I, D. Filipa de Lencastre, D. Pedro Regente, Infante D. Henrique, Infante Santo e Infante D. João, sendo as guarnições interiores dos aposentos, ricas e com arte aplicada.
A Sala de Jantar situa-se no primeiro pavimento, abrindo para os jardins, destacando-se, um grande painel de azulejos de Leopoldo Batistini, que reproduz uma das tapeçarias portuguesas, de Pastraña (Espanha), além de outras decorações artísticas, de sentido histórico e etnográfico.
Naquela altura, tanto o “Aviz Hotel” como o “Palace Hotel do Bussaco” constituíam os dois únicos hotéis de luxo em Portugal.
Terá sido neste hotel que, num jantar, realizado em 31 de Julho de 1940, o Duque de Windsor rejeitou a oferta alemã de o repor no trono inglês como rei fantoche. Outro conhecido agente triplo, mas na realidade a trabalhar para o MI5 britânico, Dusko Popov («Triciclo»), esteve instalado no “Aviz Hotel’” Embora constasse que era um hotel dos Aliados, Popov contou ter tomado conhecimento, através dos serviços secretos britânicos, que este hotel era controlado pelos alemães. O mais certo é que se tivessem hospedado nesse hotel espiões dos dois lados beligerantes. Foi também nesse hotel que viveu, entre 1942 e o dia da sua morte, em 1955 o magnata do petróleo arménio, Calouste Sarkis Gulbenkian, e que estiveram alojados, durante a guerra, os ex-reis Carol da Roménia, D. Juan de Bourbon de Espanha e Humberto da Itália.
Como já foi dito, este hotel foi a residência permanente de Calouste Sarkis Gulbenkian, nos seus últimos anos de vida, e que por seu testamento lavrado em 18 de Junho de 1953, foi criada a “Fundação Calouste Gulbenkian” em Lisboa. Tal se deveu em reconhecimento e agradecimento ao bom acolhimento que Portugal lhe deu na época da 2ª Guerra Mundial, e estando certo que a sua vontade seria respeitada. Calouste Gulbenkian, faleceu em 1955.
Antes da inauguração do Hotel Ritz era no “Aviz Hotel”, que se hospedavam os altos dignitários que visitavam Lisboa.
Foi demolido em 1962, assim como o seu jardim envolvente. No seu lugar foram construídos o “Edifício Aviz’”, onde se encontra instalada a loja da emblemática “Antiga Casa José Alexandre”, e o “Hotel Sheraton”.
Em 2005, ano que se comemorou o 50º aniversário da morte de Calouste Gulbenkian, foi inaugurado na Rua Duque de Palmela, junto ao Marquês de Pombal o “Hotel Aviz’” Uma das grandes apostas do novo hotel é o também célebre “Restaurante Aviz” que, depois de ter passado pelo Chiado, Amoreiras e Estoril, regressou, agora, às origens, mantendo não só as suas receitas e uma garrafeira de excepção, como também, na sua decoração, peças do restaurante original.
Fornecedores de bens e serviços para este palacete: Construção: Construtora do Porto ; Aquecimento: Casa Geneste & Herscher de Paris ; Cantarias: Pardal Monteiro ; Estuques e pinturas: Cruz & Franco ; Ferragens: Casa Gamier de Paris ; Instalações eléctricas e telefónicas: Casas Hermann e Júlio Gomes Ferreira &Cª ; Persianas: Casa Jaquemet Mesnet & Cie de Paris ; Serralharia: Jacob Lopes da Silva.
Em 1919, José Rugeroni, genro do proprietário, adquiriu o palacete. Em 1931, decidiu converter o palacete, com o jardim e respectivos anexos, num hotel de luxo, radicalmente transformado, segundo orientação do seu proprietário, com a colaboração do arquitecto Vasco Regaleira e inaugurado, em 24 de Outubro de 1933, com a designação de “Aviz Hotel”.
Este lendário “Aviz Hotel” granjeou a reputação de possuir a melhor cozinha e um luxuoso serviço, era um dos lugares eleitos pela nata da sociedade daqueles tempos para as festas de ocasião e reuniões de negócios. Símbolo da Lisboa romântica dos anos 40, o Aviz acolheu réis, actores de cinema, grandes escritores e espiões que não dispensavam o conforto e as mordomias de um dos mais requintados hotéis de Lisboa e arredores, dando origem a muitas histórias românticas que permanecem no imaginário colectivo. Personalidades que celebrizaram o “Aviz Hotel” como Calouste Gulbenkian, que fez dele sua residência nos últimos anos de vida, ou ainda, Amália Rodrigues, Marcello Mastroianni, Frank Sinatra, Ava Gardner, Eva Perón e Maria Callas.
O hotel tinha um hall vistoso, um salão renascença, no qual se vê, à direita, um fogão, tipo lareira portuguesa, com ricas colunas de madeira lavrada, peça que adveio da Vila de Santo António, à Junqueira, que pertenceu aos Burnay; sobre ele, colocou-se um brasão da Casa de Avis. Do lado oposto, vê-se um belo armário renascença, exemplar seiscentista, que estava no Convento das Trinas; e são de realçar, ao fundo, a formosa porta monumental e a balaustrada de ferrageria portuguesa antiga, peça que pertenceu à capela do Convento de Sacavém, naturalmente, todas elas restauradas. As sobreportas ostentam as armas e as divisas dos infantes da Ínclita Geração.
A sala de leitura, com mobiliário de estilo alentejano, o bar, no qual se notam baixos-relevos históricos de Diogo de Macedo e o sentido original no mobiliário, com os terraços decorados com azulejos do tipo hispano-árabe, definem já o carácter e a fisionomia do hotel.
As dependências e quartos, no primeiro pavimento, designam-se por «suites», que tomaram os nomes dos reis e príncipes da Casa de Avis: D. João I, D. Filipa de Lencastre, D. Pedro Regente, Infante D. Henrique, Infante Santo e Infante D. João, sendo as guarnições interiores dos aposentos, ricas e com arte aplicada.
A Sala de Jantar situa-se no primeiro pavimento, abrindo para os jardins, destacando-se, um grande painel de azulejos de Leopoldo Batistini, que reproduz uma das tapeçarias portuguesas, de Pastraña (Espanha), além de outras decorações artísticas, de sentido histórico e etnográfico.
Naquela altura, tanto o “Aviz Hotel” como o “Palace Hotel do Bussaco” constituíam os dois únicos hotéis de luxo em Portugal.
Terá sido neste hotel que, num jantar, realizado em 31 de Julho de 1940, o Duque de Windsor rejeitou a oferta alemã de o repor no trono inglês como rei fantoche. Outro conhecido agente triplo, mas na realidade a trabalhar para o MI5 britânico, Dusko Popov («Triciclo»), esteve instalado no “Aviz Hotel’” Embora constasse que era um hotel dos Aliados, Popov contou ter tomado conhecimento, através dos serviços secretos britânicos, que este hotel era controlado pelos alemães. O mais certo é que se tivessem hospedado nesse hotel espiões dos dois lados beligerantes. Foi também nesse hotel que viveu, entre 1942 e o dia da sua morte, em 1955 o magnata do petróleo arménio, Calouste Sarkis Gulbenkian, e que estiveram alojados, durante a guerra, os ex-reis Carol da Roménia, D. Juan de Bourbon de Espanha e Humberto da Itália.
Como já foi dito, este hotel foi a residência permanente de Calouste Sarkis Gulbenkian, nos seus últimos anos de vida, e que por seu testamento lavrado em 18 de Junho de 1953, foi criada a “Fundação Calouste Gulbenkian” em Lisboa. Tal se deveu em reconhecimento e agradecimento ao bom acolhimento que Portugal lhe deu na época da 2ª Guerra Mundial, e estando certo que a sua vontade seria respeitada. Calouste Gulbenkian, faleceu em 1955.
Antes da inauguração do Hotel Ritz era no “Aviz Hotel”, que se hospedavam os altos dignitários que visitavam Lisboa.
Foi demolido em 1962, assim como o seu jardim envolvente. No seu lugar foram construídos o “Edifício Aviz’”, onde se encontra instalada a loja da emblemática “Antiga Casa José Alexandre”, e o “Hotel Sheraton”.
Em 2005, ano que se comemorou o 50º aniversário da morte de Calouste Gulbenkian, foi inaugurado na Rua Duque de Palmela, junto ao Marquês de Pombal o “Hotel Aviz’” Uma das grandes apostas do novo hotel é o também célebre “Restaurante Aviz” que, depois de ter passado pelo Chiado, Amoreiras e Estoril, regressou, agora, às origens, mantendo não só as suas receitas e uma garrafeira de excepção, como também, na sua decoração, peças do restaurante original.
Hotel Avis
Localização: Vale do Jamor.
Data de inauguração: 10/06/1944.
Autor do projeto: Atelier Segurado - Jorge Segurado. Participação do Arquiteto Francisco Caldeira Cabral.
Fotógrafo: Estúdio Horácio Novais (1930-1980).
Data provável de produção da fotografia original: 1944.
Data de inauguração: 10/06/1944.
Autor do projeto: Atelier Segurado - Jorge Segurado. Participação do Arquiteto Francisco Caldeira Cabral.
Fotógrafo: Estúdio Horácio Novais (1930-1980).
Data provável de produção da fotografia original: 1944.
Avª do Restelo
Zona de Lisboa
Embarque desembarque no Montijo
Lisboa, no canto esquerdo a Torre de Belém.
Estruturas no Mundo Português
Estrutura de Apoio ao RIO
Rocha de Conde de Obidos - o 1º edificio era a Guarda Fiscal
Caneiro da Cruz Quebrada, junto à fábrica
da "Lusalite".
Sacor e outras ..SACOR, Cabo Ruivo, Lisboa
Em Setembro de 1932 , Salvador Sá Nogueira, Administrador Geral do Porto de
Lisboa, expunha a Duarte Pacheco, Ministro das Obras Públicas e Comunicações, a
necessidade e urgência de se dotar o porto de Lisboa, de instalações condignas
ao serviço de passageiros e, em Novembro do mesmo ano a AGPL - "Administração
Geral do Porto de Lisboa" apresentava ao ministro os ante-projectos de duas
gares a construir em Alcântara e na Rocha do Conde de Óbidos. A estimativa para
o custo total, compreendendo cerca de 750 contos (3.750 € x coef. de
actualização 174,44) para a construção de uma pequena estação ferroviária,
rondaria cerca de 5.000 contos (25.000 € x coef. de actualização 174,44).
Um posto de desinfecção foi aqui criado nos finais do século XIX, tendo assim terminado a situação de navios fundeados a meio do rio Tejo, impedidos de atracar sempre que havia suspeita de epidemia a bordo.
O voto unânime do "CSOP - Conselho Superior de Obras Públicas" reprovou este ante-projecto das duas gares lançado pela AGPL ainda em 1932. A urgência inadiável ia para a construção de uma gare marítima central, a implantar nos terrenos situados entre Santos e o Terreiro do Paço e próximos à já existente Estação do Cais do Sodré (inaugurada em 1928). Em Fevereiro de 1933, Duarte Pacheco reconhecendo a necessidade da existência da gare central n no Cais do Sodré considera imprescindível a construção da gare de Alcântara, e até ao final desse mesmo ano concorda com a proposta de Salvador Sá Nogueira para a construção da terceira gare na Rocha do Conde de Óbidos.
Depois de abandonado o projecto para a gare central no Cais do Sodré por motivos geotécnicos (terrenos movediços) e de complexidade de engenharia e custos, os projectos para as duas gares encomendados ao arquitecto Porfírio Pardal Monteiro em 1934, só seriam finalizados em 1936 . Estes projectos ficariam «na gaveta» até Março de 1938 altura em que o Presidente do Conselho Dr. Oliveira Salazar, traçaria como linha prioritária a construção de pelo menos uma gare a estar concluída para as celebrações do duplo centenário em 1940.
A primeira a ser concluída foi a "Gare Marítima de Alcântara" a 7 de Julho de 1943. Em 19 de Junho de 1948 seria inaugurada no extremo oposto (nascente) do cais, a "Gare Marítima da Rocha Conde de Óbidos", como atrás referido, também projecto do arquitecto Porfírio Pardal Monteiro e com pinturas, também, de José de Almada Negreiros no seu interior.
Relembro que o projecto comtemplava também uma galeria colocada à altura do primeiro piso, com a largura de 11 metros e numa extensão de 1 quilómetro, que uniria a "Gare Marítima de Alcântara" à "Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos". Deste modo conseguir-se-ia «uma grande estação constituída por dois postos de embarque e desembarque» que foi abandonado por questões orçamentais.
A "Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos" passou a ser a gare exclusiva da "CCN - Companhia Colonial de Navegação".
Como a gare de Alcântara, também a gare da Rocha do Conde de Óbidos, dispõe de dois pisos, sendo a distribuição de funções e serviços idênticas à sua congénere, e a decoração e disposição interiores em tudo idênticas. Contudo nesta gare, além de um bar, a gare foi contemplada com um restaurante com capacidade para 100 pessoas. O edifício apresentava um comprimento total de 130 metros com uma área de 2.300 metros quadrados, ocupando uma área portuária de 8.000 metros quadrados.
Esta Gare foi muito utilizada para o embarque de tropas portuguesas para o Ultramar durante a guerra colonial.
Tal como a "Gare Marítima de Alcântara" os interiores desta foram, também, enriquecidos como pinturas de Almada Negreiros. Os painéis encontram-se no segundo piso, com temáticas sobre trabalhos marítimos e portuários, homens e mulheres fortes, quer na faina, quer no lazer: varinas, burguesia, emigração e povo comum, todos estão ali representados; o desenho é cubista à moda de Picasso.
Nota. Acerca da Gare Marítima de Alcântara consultar comentário em foto na página seguinte neste bloco alusivo ao Porto de Lisboa
José Leite
Rebocador da AGPL
Futura Doca Pesca em Pedrouços
O movimento sa Rocha visto do Jardim 9 de AbrilUm posto de desinfecção foi aqui criado nos finais do século XIX, tendo assim terminado a situação de navios fundeados a meio do rio Tejo, impedidos de atracar sempre que havia suspeita de epidemia a bordo.
O voto unânime do "CSOP - Conselho Superior de Obras Públicas" reprovou este ante-projecto das duas gares lançado pela AGPL ainda em 1932. A urgência inadiável ia para a construção de uma gare marítima central, a implantar nos terrenos situados entre Santos e o Terreiro do Paço e próximos à já existente Estação do Cais do Sodré (inaugurada em 1928). Em Fevereiro de 1933, Duarte Pacheco reconhecendo a necessidade da existência da gare central n no Cais do Sodré considera imprescindível a construção da gare de Alcântara, e até ao final desse mesmo ano concorda com a proposta de Salvador Sá Nogueira para a construção da terceira gare na Rocha do Conde de Óbidos.
Depois de abandonado o projecto para a gare central no Cais do Sodré por motivos geotécnicos (terrenos movediços) e de complexidade de engenharia e custos, os projectos para as duas gares encomendados ao arquitecto Porfírio Pardal Monteiro em 1934, só seriam finalizados em 1936 . Estes projectos ficariam «na gaveta» até Março de 1938 altura em que o Presidente do Conselho Dr. Oliveira Salazar, traçaria como linha prioritária a construção de pelo menos uma gare a estar concluída para as celebrações do duplo centenário em 1940.
A primeira a ser concluída foi a "Gare Marítima de Alcântara" a 7 de Julho de 1943. Em 19 de Junho de 1948 seria inaugurada no extremo oposto (nascente) do cais, a "Gare Marítima da Rocha Conde de Óbidos", como atrás referido, também projecto do arquitecto Porfírio Pardal Monteiro e com pinturas, também, de José de Almada Negreiros no seu interior.
Relembro que o projecto comtemplava também uma galeria colocada à altura do primeiro piso, com a largura de 11 metros e numa extensão de 1 quilómetro, que uniria a "Gare Marítima de Alcântara" à "Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos". Deste modo conseguir-se-ia «uma grande estação constituída por dois postos de embarque e desembarque» que foi abandonado por questões orçamentais.
A "Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos" passou a ser a gare exclusiva da "CCN - Companhia Colonial de Navegação".
Como a gare de Alcântara, também a gare da Rocha do Conde de Óbidos, dispõe de dois pisos, sendo a distribuição de funções e serviços idênticas à sua congénere, e a decoração e disposição interiores em tudo idênticas. Contudo nesta gare, além de um bar, a gare foi contemplada com um restaurante com capacidade para 100 pessoas. O edifício apresentava um comprimento total de 130 metros com uma área de 2.300 metros quadrados, ocupando uma área portuária de 8.000 metros quadrados.
Esta Gare foi muito utilizada para o embarque de tropas portuguesas para o Ultramar durante a guerra colonial.
Tal como a "Gare Marítima de Alcântara" os interiores desta foram, também, enriquecidos como pinturas de Almada Negreiros. Os painéis encontram-se no segundo piso, com temáticas sobre trabalhos marítimos e portuários, homens e mulheres fortes, quer na faina, quer no lazer: varinas, burguesia, emigração e povo comum, todos estão ali representados; o desenho é cubista à moda de Picasso.
Nota. Acerca da Gare Marítima de Alcântara consultar comentário em foto na página seguinte neste bloco alusivo ao Porto de Lisboa
José Leite
Rebocador da AGPL
Futura Doca Pesca em Pedrouços
A "Estação Fluvial de Belém" foi outra das obras realizadas para estar
finalizada para a inauguração da "Exposição do Mundo Português" em 23 de Junho
de 1940.
Foi projectada pelo arquitecto Frederico Caetano de Carvalho, e construída com a fim de facilitar o transporte fluvial de passageiros, entre Belém a Cova do Vapor e a Trafaria.
Foi projectada pelo arquitecto Frederico Caetano de Carvalho, e construída com a fim de facilitar o transporte fluvial de passageiros, entre Belém a Cova do Vapor e a Trafaria.
Central Electrica da Praça
Laboratorio
Alcantara... está hoje instalado Serviço de Estrangeiros
Cais Sodré...antiquissimo
1892/1934
Cinema Europa...o 1º
Visita da Mocidade Portuguesa feminina ao Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa, Portugal
Oficina dos biscatos
dr.Scholl já vigoravas
Abel Pereira da Fonseca - Poço Bispo
Fornecedores de bens e serviços para este palacete: Construção: Construtora do Porto ; Aquecimento: Casa Geneste & Herscher de Paris ; Cantarias: Pardal Monteiro ; Estuques e pinturas: Cruz & Franco ; Ferragens: Casa Gamier de Paris ; Instalações eléctricas e telefónicas: Casas Hermann e Júlio Gomes Ferreira &Cª ; Persianas: Casa Jaquemet Mesnet & Cie de Paris ; Serralharia: Jacob Lopes da Silva.
Em 1919, José Rugeroni, genro do proprietário, adquiriu o palacete. Em 1931, decidiu converter o palacete, com o jardim e respectivos anexos, num hotel de luxo, radicalmente transformado, segundo orientação do seu proprietário, com a colaboração do arquitecto Vasco Regaleira e inaugurado, em 24 de Outubro de 1933, com a designação de “Aviz Hotel”.
Este lendário “Aviz Hotel” granjeou a reputação de possuir a melhor cozinha e um luxuoso serviço, era um dos lugares eleitos pela nata da sociedade daqueles tempos para as festas de ocasião e reuniões de negócios. Símbolo da Lisboa romântica dos anos 40, o Aviz acolheu réis, actores de cinema, grandes escritores e espiões que não dispensavam o conforto e as mordomias de um dos mais requintados hotéis de Lisboa e arredores, dando origem a muitas histórias românticas que permanecem no imaginário colectivo. Personalidades que celebrizaram o “Aviz Hotel” como Calouste Gulbenkian, que fez dele sua residência nos últimos anos de vida, ou ainda, Amália Rodrigues, Marcello Mastroianni, Frank Sinatra, Ava Gardner, Eva Perón e Maria Callas.
O hotel tinha um hall vistoso, um salão renascença, no qual se vê, à direita, um fogão, tipo lareira portuguesa, com ricas colunas de madeira lavrada, peça que adveio da Vila de Santo António, à Junqueira, que pertenceu aos Burnay; sobre ele, colocou-se um brasão da Casa de Avis. Do lado oposto, vê-se um belo armário renascença, exemplar seiscentista, que estava no Convento das Trinas; e são de realçar, ao fundo, a formosa porta monumental e a balaustrada de ferrageria portuguesa antiga, peça que pertenceu à capela do Convento de Sacavém, naturalmente, todas elas restauradas. As sobreportas ostentam as armas e as divisas dos infantes da Ínclita Geração.
A sala de leitura, com mobiliário de estilo alentejano, o bar, no qual se notam baixos-relevos históricos de Diogo de Macedo e o sentido original no mobiliário, com os terraços decorados com azulejos do tipo hispano-árabe, definem já o carácter e a fisionomia do hotel.
As dependências e quartos, no primeiro pavimento, designam-se por «suites», que tomaram os nomes dos reis e príncipes da Casa de Avis: D. João I, D. Filipa de Lencastre, D. Pedro Regente, Infante D. Henrique, Infante Santo e Infante D. João, sendo as guarnições interiores dos aposentos, ricas e com arte aplicada.
A Sala de Jantar situa-se no primeiro pavimento, abrindo para os jardins, destacando-se, um grande painel de azulejos de Leopoldo Batistini, que reproduz uma das tapeçarias portuguesas, de Pastraña (Espanha), além de outras decorações artísticas, de sentido histórico e etnográfico.
Naquela altura, tanto o “Aviz Hotel” como o “Palace Hotel do Bussaco” constituíam os dois únicos hotéis de luxo em Portugal.
Terá sido neste hotel que, num jantar, realizado em 31 de Julho de 1940, o Duque de Windsor rejeitou a oferta alemã de o repor no trono inglês como rei fantoche. Outro conhecido agente triplo, mas na realidade a trabalhar para o MI5 britânico, Dusko Popov («Triciclo»), esteve instalado no “Aviz Hotel’” Embora constasse que era um hotel dos Aliados, Popov contou ter tomado conhecimento, através dos serviços secretos britânicos, que este hotel era controlado pelos alemães. O mais certo é que se tivessem hospedado nesse hotel espiões dos dois lados beligerantes. Foi também nesse hotel que viveu, entre 1942 e o dia da sua morte, em 1955 o magnata do petróleo arménio, Calouste Sarkis Gulbenkian, e que estiveram alojados, durante a guerra, os ex-reis Carol da Roménia, D. Juan de Bourbon de Espanha e Humberto da Itália.
Como já foi dito, este hotel foi a residência permanente de Calouste Sarkis Gulbenkian, nos seus últimos anos de vida, e que por seu testamento lavrado em 18 de Junho de 1953, foi criada a “Fundação Calouste Gulbenkian” em Lisboa. Tal se deveu em reconhecimento e agradecimento ao bom acolhimento que Portugal lhe deu na época da 2ª Guerra Mundial, e estando certo que a sua vontade seria respeitada. Calouste Gulbenkian, faleceu em 1955.
Antes da inauguração do Hotel Ritz era no “Aviz Hotel”, que se hospedavam os altos dignitários que visitavam Lisboa.
Foi demolido em 1962, assim como o seu jardim envolvente. No seu lugar foram construídos o “Edifício Aviz’”, onde se encontra instalada a loja da emblemática “Antiga Casa José Alexandre”, e o “Hotel Sheraton”.
Em 2005, ano que se comemorou o 50º aniversário da morte de Calouste Gulbenkian, foi inaugurado na Rua Duque de Palmela, junto ao Marquês de Pombal o “Hotel Aviz’” Uma das grandes apostas do novo hotel é o também célebre “Restaurante Aviz” que, depois de ter passado pelo Chiado, Amoreiras e Estoril, regressou, agora, às origens, mantendo não só as suas receitas e uma garrafeira de excepção, como também, na sua decoração, peças do restaurante original.